Eu costumo ouvir mães e pais preocupados porque o seu filho de 4 anos, por exemplo, não tem tarefas para casa – “Quando tem é coisa de pintar, cobrir... só besteira”.
Acho engraçado como as pessoas sempre relacionam educação a números, letras, suplício e cara feia (se o filho está se divertindo muito na escola, sinal que está aprendendo pouco). Desde quando diversão e brincadeira se tornou o aposto de aprendizado? Me preocupa saber disso.
Na brincadeira as crianças vivem o seu mundo de faz-de-conta, se relacionam com outras crianças, criam hipóteses, situações, ganham, perdem, convivem com as regras, se divertem, aprendem! A educação que põe como foco as letras, os números e as tarefas de casa para crianças até os 5 anos de idade estão correndo o risco, inclusive, de formar maus leitores. (chegamos em um outro ponto)
É comum ver crianças que lêem (decodificam) as palavras, mas que não conseguem compreender o que foi lido, ou não sabem escrever com as próprias palavras determinada necessidade ou sentimento.
Tudo isso porque ensinamos as letras antes de ensinar as crianças para que elas servem e de que maneira podemos usá-las. Tudo isso porque deixamos de lado a literatura infantil e a brincadeira para fazer os alunos decorarem a ordem alfabética o mais cedo possível. É extremamente necessário estimularmos as crianças para o gosto da narrativa, da imaginação (sim, a imaginação tem de ser exercitada) e para o aprendizado “sem dor”.
Quando brincam, ouvem músicas e histórias, as crianças vivem novas experiências e compreendem o motivo de aprenderem letras e números. Tudo ocorre naturalmente, sem exageros e adiantamentos desnecessários. Além disso, tudo pode ser ensinado de forma lúdica e divertida. Claro que as crianças podem (e devem) aprender brincando.
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