quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A moda agora é ser bilíngue!

É fato que o inglês é importante e necessário. Eu poderia dizer que conheço hoje 3 tipos de escolas bilíngües aqui em Natal. Aquelas que ensinam apenas utilizando a língua inglesa, as que ensinam em português e depois a mesma aula em inglês e as que ensinam a própria língua inglesa, porém todos os dias. Explico.

Só inglês: Nessas escolas as crianças não vão escutar suas professoras falando em português. Todas as aulas serão em inglês. Se as crianças fizerem uma pergunta em português, as professoras responderão em inglês, caso a criança não entenda, serão feitas mímicas ou coisa parecida, como se as crianças realmente estivessem em outro país. Eu não acho que isso cause algum trauma nas crianças, sabe? Elas devem levar com naturalidade, pois são muito espertas e aprendem rápido. O que me preocupa é a nossa cultura sendo deixada de lado. Não sei se eu gostaria que o meu filho não ouvisse músicas em português na sua escola e que não conhecesse a nossa cultura tal qual ela é. Inglês elas aprendem, mas ainda tenho um pé atrás com esse tipo de escola. 

Português e Inglês: Estão surgindo, timidamente, escolas que para não deixarem de lado a nossa bela língua portuguesa, criaram o método de ensinarem as coisas 2 vezes. Ou seja, determinada aula é dada uma vez em português e depois em inglês. Não conheço pesquisas que tratem desse tema, mas, aos poucos, venho me acostumando com a idéia. Os alunos não tem prejuízo da língua nativa e aprendem com naturalidade uma segunda língua. Na teoria parece interessante, não? 

Inglês como antigamente: Neste outro tipo de escola o inglês é tratado como “disciplina”, a grande diferença é a carga horária. Há alguns anos a língua inglesa vem ganhado espaço no currículo escolar até que, em algumas escolas, já é visto diariamente pelas crianças. Apesar de não ser ensinado “naturalmente” e sim como “o momento para se estudar a língua inglesa” acredito que possa dar certo, que as crianças consigam aprender e que haja uma continuação desse aprendizado ao longo dos anos. (Na minha época, estudávamos o mesmo conteúdo ao longo das séries). 

Se essa moda pega seria o fim dos cursinhos de inglês? Tomara que sim, pois em milhões de outros países inglês é coisa que se aprende na escola. Estaríamos atrasados?

2 comentários:

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  2. Belo texto,Mari!Creio que esse nosso relativo atraso com relação ao aprendizado de uma segunda língua se deve àquele tão famoso jeitinho brasileiro de empurrar as coisas com a barriga.É lamentável que uma criança (falo por experiência própria) estude a língua inglesa desde o Ensino Fundamental até o Ensino Médio e saia da escola sem um inglês fluente.São,em média,12 anos estudando a língua.Refletindo sobre isso,acredito que esse seja o problema de um ensino que visa muito mais os resultados do que todo o processo.Pois eu,por exemplo,sempre tirei 10 em inglês e não sou fluente.O meu resultado - de tirar notas boas - era mais importante para a escola do que a minha fluência.O sistema de ensino brasileiro favorece cada vez mais a "terceirização" do aprendizado:a escola não prepara para o vestibular;os cursinhos o fazem,assim como a escola não prepara para a fluência de uma língua;os cursos de idiomas assumem esse papel,e assim acontece em vários outros setores de nossa sociedade.Creio que não se deve ensinar só o inglês,pois concordo com você de que isso pode afastar as crianças da cultura de nosso país.O ideal seria buscar um meio termo para que nem uma cultura,nem outra fosse preterida.

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