segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Cuidar e educar na educação infantil



É comum ouvir até de educadoras infantis que cuidar e educar são coisas diferentes. Não são! Cuidar e educar são atos ligados, e uma prática depende exclusivamente da outra. Não podemos educar sem cuidar e nem cuidar sem educar. 

Há quem pense também que “educar” é para as professoras titulares e o ato de “cuidar” (dar banho, trocar fralda, limpar) de auxiliares e estagiárias. Devo dizer que isso não existe ou, pelo menos, não deveria existir. Professoras completas cuidam e educam, porque sabem que essa prática é indissociável. No ato de dar banho, também existe educação, e no ato de alfabetizar ou qualquer outro, também existe o cuidado.
A professora e a auxiliar devem revezar no comando das diversas atividades. Se a turma está fazendo uma atividade com tinta, por exemplo, a auxiliar pode estar organizando a mesa, vendo se os pinceis estão limpos e outras funções mais relacionadas ao cuidado, enquanto a professora explica como será a atividade e como as crianças devem fazê-la, no entanto, num próximo momento, é hora de ser o inverso: a auxiliar fica com a função mais educativa e a professora com o cuidado. Primeiro porque as auxiliares são normalmente estudantes e devem aprender não apenas a dar banho e trocar fralda, mas a conduzir uma aula. E segundo porque funções mais relacionadas ao cuidado não são “menores”, são parte da educação das crianças pequenas. Elas estão na escola, mas ainda são muito dependentes do cuidado de um adulto.   

E você é esse adulto, não?

Um comentário:

  1. Já sofri muito como estagiária em escolas particulares...Na primeira escola em que trabalhei,a professora da sala em que eu ficava me tratava como uma mera cuidadora das crianças.E o pior é que desconfio de que a coordenadora de lá concordava com essa posição dela.Já na segunda escola,tive a sorte de encontrar uma professora maravilhosa que acreditava no meu potencial,tinha respeito e consideração por mim e pela função que eu desempenhava na sala.Para ela não existia essa separação entre o cuidar e o educar,e nós duas éramos responsáveis pelos dois em medidas iguais.Comecei a ver na prática que o educar e o cuidar são inseparáveis e,por isso mesmo,não devem ser motivo de exclusão de uma profissional que está iniciando sua carreira.Digo isso porque quando você atribui a função de cuidar a uma pessoa que não tem o diploma,isso acaba se tornando uma medida de exclusão.É como se você dissesse a ela que por não ter esse bendito diploma ela não merece a função de EDUCAR as crianças.Mas a questão é que algumas escolas reforçam essa suposta posição hierárquica,ao invés de valorizarem as profissionais que estão começando,e cada vez mais essas professoras (ditas titulares) acreditam que podem mais dentro de uma sala de aula - negligenciando o fato de que também já estiveram num processo de aprendizagem de como serem professoras.

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